EDUCAR PARA A VIDA E NÃO PARA A ESCOLA”:
A EDUCAÇÃO DESEJADA NOS CONGRESSOS INTERNACIONAIS
DE SURDOS ENTRE 1889 E 1900

Nome: JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 17/03/2023
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
LUCYENNE MATOS DA COSTA VIEIRA-MACHADO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ELIANE TELLES DE BRUIM VIEIRA Examinador Externo
HIRAN PINEL Examinador Interno
KEILA CARDOSO TEIXEIRA Examinador Externo
LUCYENNE MATOS DA COSTA VIEIRA-MACHADO Orientador
MARCIA LISE LUNARDI LAZZARIN Examinador Externo

Páginas

Resumo: A partir de uma abordagem foucaultiana, servindo-se, particularmente, dos conceitos ferramentas de resistência e contracondutas, a tese apresenta uma análise acerca da educação desejada pelos surdos e expressa discursivamente nos congressos internacionais por eles organizados no final do século XIX. Trata-se de uma pesquisa documental que tomou como corpus de análise os relatórios dos eventos de Paris (1889), Chicago (1893), Genebra (1896), Dijon (1898) e Paris (1900) - Seção dos surdos. A pesquisa tem como objetivo geral: Compreender como a educação, discursivamente proposta nos congressos internacionais de surdos no final do século XIX, se constituiu como resistência/contraconduta. Os objetivos específicos são: a) analisar os documentos dos congressos promovidos por surdos como arquivos e
monumentos enquanto produção oficial dos anseios em relação à educação de
surdos; b) investigar como discursivamente a educação dos surdos se prolifera nos documentos dos congressos de surdos; c) problematizar como nos documentos se explicitam resistências/contracondutas dos surdos diante da educação que lhes era ofertada. A análise do material que compôs o arquivo e a série pesquisada permitiu problematizar a narrativa tradicional acerca da história da educação de surdos pósMilão (1880) e inventar uma história outra em que o protagonismo surdo é destacado. A discursividade que perpassa as reuniões e debates, apresenta uma comunidade surda educada, ativa e engajada que, para além, da oposição acerca dos métodos, expressava uma compreensão de educação. Diante disso, defende-se a tese que a pesquisa histórica acerca da educação que os surdos, discursivamente, manifestaram
ao longo dos congressos do final do século XIX, sugere um “educar para a vida” como busca de conhecimento que os formasse integralmente, reexistindo ao ensino escolar vigente. A contribuição para a área de educação e, especificamente, para a história da educação de surdos se dá por propiciar uma análise de como os surdos conceberam uma proposta de educação frente àquela que os seus professores ouvintes, apoiados pelos governos de cada país, implementaram e que era bastante focada na oralização. Desta forma, ao se retomar os textos dos eventos organizados por surdos e ainda não traduzidos para Língua Portuguesa, torna acessíveis registros que têm claras ressonâncias para nosso tempo, de modo particular, no que se refere à educação.

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