A MODELAÇÃO de uma Política Cooperativa na Formação de Estudantes Surdos no Ensino Superior

Nome: EULUZE RODRIGUES DA COSTA JÚNIOR
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 11/12/2015
Orientador:

Nomeordem crescente Papel
REGINALDO CÉLIO SOBRINHO Orientador

Banca:

Nomeordem crescente Papel
SILVANA VENTORIM Examinador Interno
REGINALDO CÉLIO SOBRINHO Orientador
LUCYENNE MATOS DA COSTA VIEIRA-MACHADO Examinador Interno
CARINA VIVIANA KAPLAN Examinador Externo

Resumo: Este estudo trata da formação de estudantes surdos no Ensino Superior a partir da modelação de uma política cooperativa na formação de estudantes surdos e ouvintes nesse nível de ensino. O objetivo é analisar a rede de interdependência na qual uma estudante surda encontrava-se envolvida no processo de formação no nível superior. Para tanto, buscamos compreender o processo de constituição das universidades brasileiras focalizando aspectos das tensões relativas à ampliação do acesso e à garantia de permanência dos estudantes nesse nível de ensino, vividos no curso das últimas décadas dos séculos XX e XXI e caracterizar as situações socioeconômicas e a trajetória de escolarização dos estudantes da turma de Pedagogia 2014/2 da Universidade Federal do Espírito Santo UFES. Tal contribuição, revela que os estudantes da classe popular, ou menos favorecida, bem como os estudantes surdos, que anteriormente não acessavam as universidades brasileiras, tornam-se presença nesses espaços e redimensionam as relações estabelecidas durante as formações de nível superior. O estudo se ancora nos conceitos de figuração e rede de interdependência, elaborados por Norbert Elias. Segundo o autor, nas sociedades, os indivíduos têm procurado diferentes maneiras de estabelecer modos de relação e de condução uns com os outros. Além disso, encontramos na perspectiva teórico-metodológica do estudo de caso do tipo etnográfico outro ponto sustentador de nosso estudo. No desenvolvimento da pesquisa utilizamos como instrumentos/procedimentos de recolha de dados a observação, a análise documental, o questionário fechado e as entrevistas. Nessa direção, observamos durante nossa pesquisa que as atitudes de cooperação entre os estudantes ouvintes e a estudante surda eram reorientadas a partir da presença da estudante surda, de tal modo, que estudantes ouvintes passaram a policiar o próprio comportamento e o dos demais, a valorizar as formas de relacionamento e a comunicação, controlavam suas emoções e potencializavam a aprendizagem de forma cooperativa. Durante esses processos foi possível identificar os elementos/dispositivos que mobilizavam as atitudes de cooperação entre esses estudantes. Assim, passamos a entender, na esteira de Elias (1993, 2001, 2006, 2011, 2014), que as ações e os comportamentos dos professores e dos intérpretes de Libras contribuiam para a modelação da política cooperativa daquela rede de interdependência, afinal esse processo exige um trabalho em grupo e, na formação de estudanes em nível superior, em tempo curto. Nessa dinâmica observamos ensaios sociais que envolviam a troca entre ouvintes e surdos. As reflexões que conduzimos neste estudo, nos permitem observar, em Elias (1993, 2001, 2006, 2011, 2014), Gatti (2007) e Sennett (2012) que, a modelação de uma política cooperativa entre estudantes ouvintes e surdos no nível superior está intimamente relacionada com o acesso de surdos a esse nível de ensino, pois nesse processo ocorre uma ampliação das redes de interdependências que contribuem para o surgimento de novas figurações sociais.

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