ENCONTROS SURDO-SURDO (S) COMO ESPAÇO DE PRODUÇÃO DE UMA COMUNIDADE: A POTÊNCIA DO (S) ENCONTRO (S)-AMIZADE (S)

Nome: BRIGIDA MARIANI PIMENTA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/08/2017
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
LUCYENNE MATOS DA COSTA VIEIRA-MACHADO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CARLOS EDUARDO FERRAÇO Examinador Interno
IGOR MARTINS MEDEIROS ROBAINA Examinador Externo
LUCYENNE MATOS DA COSTA VIEIRA-MACHADO Orientador
REGINALDO CÉLIO SOBRINHO Examinador Interno
TATIANA BOLIVAR LEBEDEFF Examinador Externo

Resumo: Pretende-se responder como as multiplicidades surdas são produzidas nas redes tecidas nos encontros surdo-surdo(s), problematizando os efeitos dessas reuniões nos espaços-tempos. Como procedimento teórico-metodológico, dispõe-se da filosofia da diferença em Deleuze e Guattari, passando pelo exercício de uma pesquisa voltada ao processo de (des) territorializações, conexões, rupturas, entre outras teorizações deleuzianas que impulsionaram a produção de conceitos específicos para este trabalho. Qualquer pessoa está em constante transformação. Os surdos produziram o que aqui se denomina “Nós” (surdos) e “Eles” (ouvintes). Em alguns momentos, existe a oportunidade de todos serem “Nós”, porém em constante vigilância. Os “Nós” constituem-se os agentes racionais — os associáveis — e os estranhos — os não associáveis —, os “Eles”. Também se realizam, a partir dos encontros no futebol, os “encontros-amizades”. Utiliza-se a metodologia cartográfica como modo de escrita e produção dos dados. Os sujeitos participantes, surdos que se encontram em diferentes espaços comunitários, são universitários, estudantes de ensino médio, surdos-professores e surdos que não concluíram seus estudos, em diferentes faixas etárias. Assim, entende-se que os encontros surdo-surdo (s) promovem as diferenças surdas que impulsionam as comunidade (s) surda (s) a serem formadoras de um espaço-tempo de produção linguística. Essas diferenças são possíveis devido a vários fatores, tanto de âmbito cognitivo quanto social, como também a influências a que cada um está “ex-posto”, seguindo seu fluxo onde lhe for mais confortável, possível e desejado. Compreende-se como comunidade (s) surda (s) os diferentes espaços de relação entre os sujeitos, não somente um modo específico de comunidade que engessa e iguala todos. Tal engessamento se dá pelas lutas políticas e por algumas ações que ditam um modo ideal de ser e estar sendo sujeito dessa ou daquela comunidade, ocasionando o apagamento das diferenças existentes — o apagamento das diferenças surdas. Percebe-se, no entanto, que a comunidade surda se faz necessária, inclusive a necessidade da “conversa” que se estabelece com maior força no entremeio dessa comunidade — espaço-tempo daqueles que têm algo em comum. Agenciadora de pessoas surdas, nela os encontros-amizades se realizam ainda como um espaço-tempo em que a maioria dos surdos desejam estar, porque têm a possibilidade do contato com seu par linguístico.
Palavras-chave: Comunidade surda. Surdos. Encontro.

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